Enriquecer o sabor do café é uma prática antiga. Os árabes foram os primeiros a adicionar temperos, como canela, às suas misturas.

          Outros povos do Oriente Médio fizeram o mesmo, adicionando cardamomo, cravo-da-índia, noz-moscada, pimenta inglesa e até mesmo amendoim ao café. Mais tarde, ingredientes como bebidas alcoólicas, chocolate e cascas de frutas cítricas também foram incluídos. Quando o café foi apresentado ao Ocidente, o açúcar e o creme, que não faziam parte de sua tradição, foram adicionados ao seu preparo.

O blend é a mescla de vários tipos de grãos para obter o produto desejado. Cada combinação é a assinatura oficial de um inspirado torrador de café. Torrefadoras, lojas de café especializadas e empresas alimentícias também criam seus próprios e secretos blends.

          Inúmeros blends de café são criados no mundo todo, com a combinação de grãos que se completam.

          Os degustadores profissionais são uma classe nobre na indústria do café – especializada em provar e avaliar pequenas quantidades de grãos variados antes que sejam preparados para a distribuição. Essa degustação profissional, que em inglês recebe o nome de cupping, é semelhante à degustação de vinho. Os provadores conseguem distinguir a origem do café numa simples amostra, apenas sentindo o aroma e o sabor. Entretanto, existem poucas pessoas com essa rara habilidade. Um exemplo disso é a empresa New York Coffee and Sugar Exchange, que emprega menos de quarenta degustadores para analisar todo o café importado para o mercado americano.

As primeiras mudas de café chegaram ao Brasil no século XVIII, por volta de 1727, trazidas da Guiana Francesa pelo jovem oficial Francisco de Mello Palheta. Por ordem do então governador João da Maia da Gama, o oficial havia feito uma expedição à colônia francesa a fim de resolver alguns problemas de fronteira. Essa é a história oficial, mas muita coisa aconteceu nos bastidores.